Escritas da Alma

Ela corre em todas as direções,
parece gente que acabou de sair da prisão,
lembra pássaro que voava livre
e ficou confinado por anos em gaiola;
agora de alguma forma recupera o direito de voar.
Seus passos parecem dançar,
suas mãos ao andar balançam livres
como asas de pássaros voando.
Sua felicidade é tanta
que parece criança que acabou de aprender a andar.
Tudo porquê ela hoje acordou disposta a andar livre pelo mundo.
E o que a fez tomar esta decisão?
Um scrap assustador que recebeu pela manhã de um amigo virtual.
Ela não sabe se o amigo mandou de propósito,
mas que bom que ele mandou,
pois ao ler o tal scrap; coisa curta que parecia até banal,
Mas ao lê-lo algo nela mudou...
Para ela foi bom se reencontrar...
Ela entendeu que usufruir do direito a liberdade,
é apenas uma questão de decisão.
Ela já sabia disto, mas hoje isto veio diferente no tal scrap.
Então, ela se decidiu.
E se você me ver andar pela rua de modo estranho,
não se assuste, pois não estou bêbada.
Estou apenas experimentando esta tal de liberdade-felicidade.
Pois esta Ela sou eu: Helô Strega.
Vamos dar uma festa em comemoração a isto?
Se você não vier tudo bem. Eu festejo sozinha.


By Helô Strega

Quando chega à hora de nascer não tem jeito:
o ovo quebra;
a mulher grita;
a fênix renasce das cinzas;
o poema explode no pensamento;
o rabisco grita até achar papel;
o sorriso explode no rosto,
de um preso que ganha do volta o direto à liberdade;
aparece na vida amigos que surgem do nada
e nos ajudam a escrever de forma diferente nossa própria história;
o sonho só sossega quando vê realidade possível...
Existem tantas formas de nascer.
Esta semana experimentei todas as listadas acima;
outras estão por vir, eu sinto.
E eu agarrarei cada uma delas.
Gosto de nascer todos os dias, muitas vezes e de muitas formas.
Porque se sentir vivo é tudo.
Eu estou mais que viva, vem cá!
Encosta em meu peito e escuta:
Tum... Tum.. tuuummm...
Está tudo “batendo” diferente.
Sentes?!
Diferente para melhor.
Isto é felicidade aflorando.


By Helô Strega

A agitação a espantava;
o medo a afastava;
o desespero a matava;
mas quando tudo isto diminui e passa.
Às vezes, demora, mas passa...
Neste momento sinto em minha alma,
diante de tudo que foi vivido uma forte inércia.
Mas acho que é este sentimento é bom:
lembra vento leve que a gente quase nem sente,
pensa até ser respiração.
Mas acho que é assim que Ela aos pouquinhos volta.
Seja bem vinda PAZ!!!
Andei sentindo tanto a sua falta.


By Helô Strega

Nada mais comunicativo que um olhar:
uma linguagem que em mim nasceu perfeita.
Então, desde que nasci
venho me comunicando
pelo mundo com ela.
Considero o olhar efetivamente, minha língua materna;
minha segunda língua é a fala;
esta é minha defesa, sobre a minha linguagem.
Pois tenho vários tipos de comunicações
que se traduzem em olhares:
olhar de fúria,
olhar de esperança,
olhar de amor,
olhar de desejo,
olhar de medo,
olhar de quem está sem palavras,
olhar de sonho,
olhar de envolvido em lembranças;
olhar tristonho...
Olha de quem está explodindo de felicidade...
Tem pessoas com as quais eu me comunico só com o olhar.
Certos olhares dispensam o uso de qualquer palavra.
Hoje tenho olhar de Fênix, trago junto um olhar feliz.


By Helô Strega

Ela fecha os olhos e tenta adormecer,
acabar com aquela realidade
que mais lhe parece um pesadelo.
Ela não sabe se tentar adormecer
é de fato o movimento correto,
mas diante das tantas coisas
que vão e vem diante de seus olhos
e, que por ora se sente envolvida,
tudo que ela deseja é adormecer.

Se tudo for de fato um pesadelo,
seu desejo deveria ser acordar,
mas tudo lhe parece tão real;
que por ora ela só deseja adormecer.
Porque quando à noite chega e o sono vem,
mesmo que ela esteja supostamente,
confinada a existir dentro de um pesadelo,
ao dormir, seu sofrimento fica estagnado por um tempo,
isto lhe dá tempo suficiente para respirar...
E quando o dia amanhece, depois de um breve descanso,
pois ela sempre tem a sensação de que todo sono é breve;
de algum modo, ela sente que sua alma fica mais forte,
para voltar a enfrentar tudo.
Seja lá o que for isto que ela vive, pensa e sente:
pesadelo ou realidade...
Ela só quer que tudo isto acabe.

By Helô Strega

Conversa da Menina com seu Coração

_Ei coração o que se passa aí dentro?
_Ora to cheio de sentimento. Você não sente?
_Claro que sinto. Esqueceu que você é meu tá dentro de mim. Só queria saber se tem alguma forma de mudar alguns destes sentimentos? Falo dos que me machucam, destes que me provocam dor. Podes mandá-los embora?
_Bem... Sabe que sou seu. Só sinto o que você manda para mim. Se sentes alegrias, esperança, desejos e também dor, é sua própria culpa. Eu sou apenas um coração e somente pulso o que você sente.
_Ah! Sim. Mas eu não consigo controlar meus sentimentos, bem alguns poucos eu consigo, mas outros me parece que eles simplesmente vêem.
_Ora, Menina! Mas veja isto já não é culpa minha.
_Ah! Sim entendo. Mas não dá pra você me dar uma ajudinha?
_Bem... Sou o seu coração como você mesma já disse e eu confirmei, não tenho ajuda. Ela deve estar em alguma outra parte de você ou em algum outro canto do mundo. Mas tenho apenas uma coisa a dizer sobre os corações. Quando Deus nos fez criou em nós um estranho mecanismo que só podemos existir a partir de múltitiplos sentimentos dos nossos donos.
_Hum... Tá mas o que isto quer dizer?
_Ai Menina que cérebro lento para entender de sentimentos. Bem... Mas como seu vou dizer. Vou dizer porque não quero morrer. O que me faz pulsar são estes seus vários sentimentos: esperança, repúdio, sonho, amor, desilusão, dor... Se você está pensando em só ter alegria, um viver com um só sentimento, eu e você, morreríamos.
(A Menina entendeu o recado com expressões um tanto quanto assustadas, parou por um segundo, colocou a mão em seu coração e o acariciou.)
E disse:
_Obrigada por pulsar meu coração! Por ser paciente e sempre me ensinar. Você sabe que estou com dor.
E o coração respondeu:
_Eu também! Não se esqueça sinto tudo que sentes.
A Menina retomou a palavra e disse:
_ Desculpe-me por isto. Mas fico aliviada de saber que não estou enfrentando esta dor sozinha.
E o Coração respondeu e tom de voz sorridente:
_ Tudo bem! São estes seus múltiplos sentimentos que me mantém vivo. E somente por isto, preciso te confessar que eu te amo!
_Eu também! Pode pulsar, vai.


By Helô Strega

A vida me chama a renascer,
mas eu ando com medo de caminhar,
porque o caminho que ela está me disponibilizando,
por ora, não é uma estrada bem demarcada
com pedras ladrilhando e flores a margem.
No momento, ela desafia-me ao equilíbrio.
Mas tenho tantos medos,
nunca me imaginei com receio de caminhar.
O caminho que por ora ela me apresenta,
parece um varal de arame farpado.
Mas entre ficar parada com medo ou tentar seguir,
eu decidi tentar andar,
se eu cair vou recomeçar;
quantas vezes forem necessário.
Atravessarei esta fase,
pode ser que ali adiante,
eu encontre com um caminho de pedrinha ladrilhantes
com as flores que mais gosto nas duas margens.
E se este caminho não existir, nem ligo eu o crio.
É isto aí: eu invento e pronto!
Faço o caminho e planto as flores.
Tudo que eu preciso é sair do lugar onde me encontro.
Se por acaso eu cair; se puderes me ajudas a levantar?


By Helô Strega

O vento chega pela janela,
entra sem pedir licença.
Ele sabe que sempre é bem vindo.
Não necessita cerimônia.
Ele vive indo e vindo.
Traz-me notícias de você:
ele sussurra em meus ouvidos
a palavra Felicidade.
Isto me deixa mais calma,
embora haja em mim um pouco de tristeza,
o vento é meu amigo
e sempre fico mais leve sabendo
do “bem” que não é meu.
Logo após o sussurro e antes mesmo
que o vento vá embora, eu lhe faço um pedido:
_Por favor, volte até ele e faça um carinho em seu rosto,
mas não diga que foi um pedido meu.
O vento me promete segredo,
pois o vento vive sozinho no mundo;
sozinho feito eu.
Fiz mais um pedido:
_Quando puderes traga-me mais notícias.
O vento se foi e nada me respondeu,
já havia me feito dois favores sabia que era abuso meu.
Mesmo sem ter dito nada.
Eu sei que em breve terei notícias.
O vento é como eu, ele vive em meio a multidões,
mas de um certo modo está sempre sozinho.
Além do “bem” que não é meu, eu também amo o vento:
amo suas notícias em forma sussurros,
seu carinho em minha face e em meu cabelo.
Quem sabe um dia eu tenha um caso de amor com o vento.
Eu invento que quando um vento ama,
ele vibra em forma de ventania.
Aguardo ansiosamente seu próximo sussurro.


By Helô Strega

By Helô Strega - Brincando com contos de Fadas (Versão Irmãos Grimm e Hans
Andersen)

Não posso dizer que sou bela,
mas minha alma vive adormecida,
na espera de um príncipe,
que venha logo me despertar.
O problema é que ele está aprisionado,
bem lá dentro contos de fadas.
Uma bruxa má me aprisionou,
aqui neste mundo que dá pouca vida
aos contos de fadas.
Se você ler e encontrar meu príncipe,
entre um livro e outro,
que passar por suas mãos.
Faça-me um favor,
avise meu príncipe
que estou aprisionada,
aqui do lado de fora, onde se lêem palavras
e muito pouco elas vivenciadas.
(A infância me parece tão curta, ela sim dá vida às palavras)
Pois bem!
Estou cansada de dormir nesta fria realidade,
quero viver no calor das palavras dos contos de fadas.


By Helô Strega - Brincando com contos de Fadas (Versão Irmãos Grimm)

Chega aqui bem pertinho,
vem aqui que vou te dar carinho,


compartilhar uns segredinhos.
Anda! Vamos rir um pouquinho.
A vida anda muito engraçada,
tem tanta gente fazendo palhaçada,
que se a gente prestar bem atenção,
vai entender que a gente está existindo


em um grande circo armado.
Às vezes, a gente ri,
outras vezes chora
de emoção ou de dor.
E tem hora que a gente imagina,
que só está assistindo um espetáculo,
que a nossa participação
trata-se de só bater palma,
se espantar, se encantar...
Estamos enganados o espetáculo existe pra gente,


e é por nossa causa que o espetáculo está a acontecer.
Já que estamos dentro do círculo, deste circo,
alivie as tensões e vamos viver.




By Helô Strega

Estava chovendo muito,
eu estava sem guarda-chuva,
precisava atravessar a rua.
Estava com medo da água gelada,
de escorregar, cair, da roupa ficar transparente;
deu até medo de que ela chegasse
a não secar com calor do corpo.




Lembrei-me então do tempo de criança,
onde eu brincava, na chuva,
às escondidas de minha mamãe.


Ah! Eu adorava brincar de pular poças d’água


imaginando que eram grandes lagos
e/ou de pisar de propósito
bem no meio delas
pra fazer a água voar.


Tentava fazer pegadas em poças d’água,
sempre fui meio louca.
Eu nem ligava de ficar molhado,
porque a gente quando é criança
tem fascínio por muita coisa da natureza,


entre elas posso afirmar que criança se encanta com água.




Quando pensei na época que era criança:


eu toda contente e valente,
senti saudade de uma parte de mim,
e no corpo de adulta
andei pela chuva
brincando como criança,
agora não mais escondida da mamãe,
mas bem a vista dos olhos
de um bando de outros adultos


que sussurravam entre si que “mulher doida”.
Eu nem liguei!
E fui na chuva pensando:
Anda gente boba!


Tenham todos coragem!
Voltem a ser criança.




By Helô Strega

Que sua vida seja verde.
Verde de Esperanças,
da cor daqueles lindos bichinhos
que vivem no mato.
Gosto de encontrar Esperanças,
dizem que elas trazem sorte:
eu tenho fé na cultura oral
e sempre acredito no que me dizem.
Que sua vida seja verde como as matas,
que abrigam as cigarras que não se importam,
aparentemente com nada,
além de poder cantar para o verde.
Mas acho que elas sabem
que nós as ouvimos
e ficam tentando nos encantar:
cantam tanto, nasceram pra cantar;
estranho saber que a existência delas
se finda somente ao som o canto, pelo canto.
Quem poderia imaginar
que as cigarras
nasceram só para cantar?!
Deus, às vezes, parece maluco.
Destino curioso de um ser que vive em meio a mata.
Hoje, eu peço aos céus que como as cigarras,
a gente sempre cante canções de esperança
até que nossa última fração de segundo
de existência neste mundo, esteja por terminar.
Que o seu, o meu, o nosso existir,
seja um eterno cantar de cigarra,
entoando canções de esperança:
isto mesmo!
Canções de quem sempre espera o melhor da vida.


By Helô Strega (Pensando em uma Amiga Virtual)

.Sabe quando a vida da gente
vira de cabeça para baixo,
de modo que as coisas não se encaixam,
e a gente tem a impressão
de que se perdeu
dentro da gente mesmo?
Nestes momentos da vida,
tal como sem sinto hoje.
Tudo o que eu queria
era poder erguer minha varinha
e gritar bem alto:
_ Accio Helô Strega!
E assim com estas palavras mágicas
que aprendi nas histórias de J. K. Rowling,
gostaria de conseguir me encontrar.
Isto pode ser estranho.
Contudo, às vezes, tenho saudade de mim.




By H. Strega.

Tem dias que minha a alma
fica tão silenciosa
que parece que estou sozinha no mundo.
Tudo é silêncio por dentro e por fora,
escuto apenas o digitar de alguns rabiscos.
Parece que o som está em greve,
pois nem mesmo meus músculos fazem barulho.
Hoje é um dia destes,
que minha alma
parece estar assim:
sozinha no mundo.
Aqui dentro tudo é silêncio.
Eu olho lá para fora e vejo bocas se mexendo,
mas todas me lembram fantoches,
elas tentam me dizem coisas, mas eu não escuto nada.




By Helô Strega

Quando um homem descobre
os segredos místicos do corpo de uma mulher,
ele haveria de reverenciá-lo para sempre.
Se acontecer de você,
dela resolver não mais se aproximar.
Você deve fazer o seguinte:
quando a ver passar na rua,
faça uma reverência;
quando seus olhos
se aproximarem de uma foto dela,


você deve elevar seu pensamento.
Isto porque todo corpo feminino nú é sagrado.
Não importa a forma como aconteceu,
onde aconteceu,


o fato é que o momento sagrado aconteceu.
E o corpo dela nunca mais voltará ser o mesmo,
a não ser que volte ao braços teus.
Cada homem; cada colo;


cada beijo; cada abraço;
cada palavra compartilhada;
cada sussurro e suspiro são sempre únicos.
E não se repetirão com outro homem,
a não ser que seja você.




By Helô Strega

Quando minha alma está triste,
eu me teletransporto para lugares secretos.
Lugares mágicos que só existem na minha imaginação.
Ao chegar lá, ponho tudo para fora,
choro tudo que é preciso chorar.
Não guardo uma gota para o dia seguinte.
Outro dia chorei tanto,
que diante dos meus olhos surgiu um jardim.
Acho que Deus anda me permitindo chorar flores.
-Será delírio? Será verdade?
-Não sei ao certo e confesso que não me importo.
Só sei que minhas lágrimas andam perfumadas.
Hoje estou sorrindo,
mas quando eu chorar,
guardarei algumas gotas em um pequeno frasco.
Para perfumar minhas roupas de dia alegres.


By Helô Strega

As cartas estão postas.
O jogo está sendo feito faz tempo,
aprender a jogar é parte manter-se no jogo.
Decidi fazer o seguinte:
joguem vocês com a vida,
joguem com as palavras,
joguem como crianças felizes e infelizes,
joguem do jeito que quiser.
Toma aqui minhas cartas usem elas pra jogar.
Porque eu parei de brincar.
Vou ali brincar de viver de verdade.
E não volto!


By Helô Strega

Qual será a máscara que a vida me obrigará a pôr hoje?
Já que a felicidade não me parece ser um direito de todos.
Hoje decidi que não vou por máscaras.
Seguirei com meu rosto deformado.
Até que eu descubra qual a minha verdadeira imagem.


By Helô Strega

Meus pés andaram caminhos tortos,
encontrou espinhos na estrada
e ainda assim precisou andar.
Algumas vezes, eu tentei escolher caminhos diferentes,
mas meus pés tortos e teimosos,
como pés de bêbados teimavam a me levar,
por caminhos que me faziam sangrar.
Caminhar dói preciso dar um tempo,
não é justo que alguém seja sempre
confinado a andar na dor.
Sinto-me só.
Nem mesmo existe um deus que me ajude a caminhar.
Ando cansada, cansada demais!
Cansada de andar é ficar sempre no mesmo lugar.


By Helô Strega

Nota minha: Ah! Jorge meu querido amigo e poeta português, este seu texto de hoje me toca tanto, que me autorizei a mudar a imagem que você postou no orkut, quis por a mim mesma.
Beijinhos desta amiga que te ama!
Um dia atravesso o Atlântico e te abraço.