30 de maio de 2009

Doença


Não fazem muitos dias e não é a primeira vez
Que uma pessoa querida me chamou de doentia.
Revelando que meu comportamento,
Meu modo de pensar, agir
E de amar eram doentios.


Talvez porque no ato de amar
Eu sempre vou para além e rompo com aquele
Comportamento previsivelmente esperado...


Estas falas me deixaram evidentes
Sobre o quanto eu me submetia à humilhação,
A tolerância e rejeição de amar sem ser amada.


Ora!Quem ama deseja o bem do outro incondicionalmente
Ainda que este bem não se faça ao seu lado.
Quem ama só quer que o outro esteja bem
Vivendo um estágio de felicidade plena.


Quando amo se for preciso movo montanhas
Ponho de cabeça para baixo o mundo
Para que o outro possa ser feliz:
Assim sendo já fui entendida como passional.


Aceito a humilhação de não ser amada
E a rejeição de ser colocada propositalmente
No campo de invisibilidade...
E não pense que não dói!
Muito pelo contrário dói muito,
Dói tanto que às vezes penso ser feita de dor e desamor.


Mas desta dor, desta condição
Ainda que pareça contraditório nasce à luta.
Que tem por objetivo ver o outro feliz.
Seja lá onde for?! Seja lá com quem for...


Não me considero plenamente doentia,
Pois desejar a felicidade de quem a gente ama de verdade
Requer saber conviver e sobreviver
Há diferentes formas do dor
Às vezes não me reconheço e me sinto AMORFA.


Doença boa e estranhamente viciável
Buscar promover a felicidade de quem eu amo...
Fazendo, aceitando situações e dores
Que quase matam!
E que o outro nunca saberá que senti!
Pelos sofrimentos que passei para
Que ele tivesse momentos de felicidade,
Longe de mim que o amo tanto!!!


Que sinto falta do cheiro
Do intenso beijo, do abraço forte,
Do sorriso tímido
De aventuras que ficarão só entre nós.
Lembranças que morreram conosco.
Mas que para ele infelizmente
Parecem-me já estarem mortas.
Faz parte da vida como disse-me uma amiga
Amar e não ser amada!
Talvez seja uma questão relação à madrinha Afrodite
Ou a certeira ou não flecha do Cupido.


Mas se vocês realmente consideram isto uma doença
Pode ser que vocês estejam certas em uma certa medida
Levando em conta o quanto sou alimentada
Por uma dor “conscientemente”, não voluntariamente!


Mas sinceramente!
Eu prefiro um milhão de vezes estar doente de amor
Do que ter uma vida quase apática feita de aparências
Onde o medo me mantivesse numa redoma
E a coragem fosse apenas ações ocasionais,
Sem qualquer “intencionalidade” oficial.


Prefiro a dor.
Não gosto de artificialidades e simulações
Fruto de medo dos “sinóptico” sociais
Que modelam os bons costumes.


Sim! É verdade!
Minha dor é tanta
Que ninguém nunca poderá saber
O seu tamanho e as coisas que tolero por amor.
É mais que engolir sapos,
Mas engolir bois com chifres que vão rasgando tudo por dentro.


Entretanto, melhor ser doentia
Do que ser aparentemente seca
Para manter a pose
E não evidenciar a dor para os “sinópticos”.


Um dia eu me curo!
Não necessariamente com novo amor.
Mas esperando os outros entenderem
Que todos que amam de verdade
Fazem coisas incríveis em nome do amor.

By H Strega

4 Comments:

  1. Rosemildo Sales Furtado said...
    Vás curar sim, com certeza, isso porque as pessoas um dia vão entender que o verdadeiro amor é aquele em que se dá e se recebe, hoje o egoismo impera, é aquela história de se me ama, tem que me dar. Necessário se faz que todos entendam que a recíproca é, e sempre terá de ser verdadeira.

    Beijos,

    Furtado.
    Lou Witt said...
    Muitas vezes distorcemos o que nos é dito e criamos uma outra história de acordo com a nossa concepção e acabamos por criar monstros que se não tomarmos o cuidado com o tempo nos engolem.

    Te amo para todo o sempre!
    Helô Strega said...
    Sempre aprendi com minha Orientadora do mestrado e agora do doutorado Teresa Esteban que as pessoas não distorcem nossas palavras, as pessoas lêem o que está escrito e se estiver um pouquinho mais atento o que se está lendo pode-se ler as entre-linhas do que nos foi escrito.
    Ela sempre disse-me cuidado com o escreve. Não deixe lacunas e se deixar se responsabilize pela leitura que fizerem delas, porque é obvio que quando você tenta escrever, não foi intencionalmente que as lacunas e as diversas interpretações foram permitidas ou se quer antecipadas, senão obviamente, não seriam lacunas, ninguém quer que suas palavras sejam lidas ao avesso.
    Mas se suas palavras puderam do seu ponto de vista terem sido lidas de “modo distorcido” pelo outro, foi porque elas não estavam claras, ou você entrou mesmo em contradição... Disse coisas que pensa, mas não desejaria dizer.
    Não criamos mostros que nos engolem; eles estão aí habitando o tempo todo a mesma dimensão existencial que a gente, a questão e o desafio é reconhecer quem são nossos monstros. E não importa se nos foram revelados por outros ou descobertos por nós mesmo, o grande desafio é conseguir aprender a sobreviver e combater a eles.
    Obrigada por seu carinho Lou! Polos montros que me revelou, pela amizade que por um tempo pode me devotar, que me ajudou muito e continua me ajudando até hoje ser quem sou.
    Eu não acredito em acaso. Por isso leio todos os sinais que se aprensemtam a mim e como “caçadora de mim” vou buscando onde começa e como se faz o caminho da minha felicidade e de todos aqueles que amo.
    E você sabe que te amo! Digo isto sem dor sobre você.
    As dores e doenças que me atormemtam são outras.
    Mas aprendo a cada dia a sobreviver com elas.
    Até breve!
    Helô Strega said...
    Obrigada Furtado pela força e carinho!!!!
    Sempre há um antídoto para tudo nesta vida.
    Eu adoro estar viver e me mover pela alquimia da vida em breve acharei a cura!
    Te gosto muitooooo!!!!
    Beijos!!!!

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