18 de julho de 2011

Coletânea de Poemas: Alvaro Bastos

Levo seu retrato na carteira
Como único documento.
É meu registro de vida,
Amor e deslumbramento.
Para todos os efeitos,
Ele me lembra quem sou,
Justifica meus passos e
Indica com toda precisão
A morada dos meus sonhos
E o rumo de meu coração.


Alvaro Bastos 





Carrego palavras nos bolsos
que se misturam a cada passo
acertando frases de improviso
e criando predicados da oração.

São palavras comuns, corriqueiras,
daquelas que encontro todo dia,
companhias de pensar e de sentir,
minha cota de sonho e de poesia.


Alvaro Bastos 





Quero as palavras
Que o bom senso
Fez enlouquecer
De paixão calada.
Que a loucura
Lançou ao vento
Quando era hora.
Que estão à deriva
Em mar revolto
Sem terra à vista.
Palavras que contam,
Em ondas, a história
Dos sete mares e
Minhas sete vidas.


Alvaro Bastos





Durma com meu beijo em seus olhos,
sinta minhas mãos segurando as suas,
imagine minha voz dizendo baixinho
que vou estar aqui quando você acordar
e pense que eu te amo profundamente
como o ar que você recebe com doçura
e que lentamente faz seu peito se elevar.


Alvaro Bastos 





Junto o pouco dinheiro
e viajo no trem de prata
até a estação sem volta
onde a gente se conheceu
e onde gravei seu nome
na parede nua da porta.

Sei que você vai estar lá
e vai me conhecer de longe
com o casaco que você fez
nas longas noites insones
e que esconde teu rosto
da cara feia do mundo.

Vamos abraçados pela rua
num guarda-chuva de flores
desviando das goteiras e
pulando poças no caminho,
buscando a porta iluminada
com nosso café e pãozinho.

E, depois de tudo, adormecer
cheirando os seus cabelos,
junto ao calor do seu corpo,
sem pensar no novo dia,
fazendo a oração que aprendi,
quando era guri e sozinho.


Alvaro Bastos




Canção da chuva



Lembra do dia em que dividimos
uma capa e um guarda-chuva?
Nós dois molhados, as roupas
grudadas no corpo, e abraçados?
Um encontro marcado com a chuva
e com o amor. Nem sabia o seu nome,
mas conhecia a grandeza do seu sorriso.
Senti seu braço apertando minha cintura,
afaguei seus ombros, afastei os cabelos
do seu belo rosto e roubei um beijo.
Nem sabia o seu nome, mas disse com
toda a certeza do mundo: "eu te amo!"



Alvaro Bastos 

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