18 de julho de 2011
Hoje é que me dou conta
que só aprendi as coisas
onde podia ver poesia.
O som das palavras
numa língua estrangeira,
o relevo das montanhas,
o mistério das dunas e
as impenetráveis selvas.
Via poesia nas figuras
cômicas e trágicas a que
chamamos de História.
Meu diploma são versos,
poemas que tornaram
a vida bonita para mim.
Alvaro Bastos
Você diz que sou intenso
como um céu estrelado,
que basta uma só Lua
para iluminar a escuridão,
mas tenho muitas coisas
para dizer, palavras que
me encantam cada uma
com o seu jeito estranho
de brilhar no céu da boca.
Alvaro Bastos
Mais vivo que o lago,
que é manso e espelha
o céu, servindo de palco
para a dança dos cisnes,
é o mar que se agita,
que envolve a terra,
que se renova com a Lua,
porto de despedidas
e de desejos, abrigo de
sereias e esconderijo
de tudo que naufragou
para sempre em sal,
espuma e água escura.
Alvaro Bastos
O amor é o mágico
que tira da cartola
pessoas meigas
que se apaixonam
à primeira vista.
Suas mãos ágeis
fazem acontecer
como por encanto
a centelha de luz
que leva a um beijo.
A magia do amor
dura só segundos,
mas seu efeito é
de toda uma vida.
Alvaro Bastos
Quando escrevia,
via as palavras
bailando em torno
das linhas em branco
como crianças que
brincam a dança
das cadeiras.
As que tinham ouvido
para a música e
noção de espaço
conseguiam ficar
sorrindo até o fim
e faziam a poesia.
Alvaro Bastos
Meu silêncio são vozes
que escrevo na pele
e chegam até os dedos
onde pedem para ser
cantadas com doçura.
São letras que dançam
ao ritmo do meu peito,
e que se esvaem no papel
como gotas do coração.
Alvaro Bastos
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