No nosso primeiro encontro da cama,
ele não tinha caneta e nem papel.
Mas estava desejoso de registrar nosso encontro.
Então, ele fez o meu corpo de papel
e com a língua escreveu
o poema mais belo que já li.
Trago-o para sempre comigo; tatuado à saliva
de tamanha gostosura que foi nossa lembrança.
E para conseguir ler o segredo escrito
é preciso passar a língua,
porque só assim as palavras acendem feito brasa
e queimam a alma de desejo.
Uma leitura em códigos
que não é qualquer um que pode ler.
By Helô Strega