15 de julho de 2011

2. Poemas do Alvaro Bastos

A vida é feita de sonho e poesia...




A cor da argila no telhado,
a agitação da folha na palmeira,
o som de uma pedra que 
é atirada num pequeno lago.
Meu mundo tem poucos
endereços, mas a paisagem 
é infinita e sempre muda,
dependendo do sol e da lua,
e do meu jeito de olhar
o interior do que chamo vida.

Alvaro Bastos











Tem chuva que se demora,
que chega para ficar,
chuva que se espalha,
marca seu território e
se renova, traçando 
pequenos rios na vidraça.
Tem chuva que toma conta
de toda a paisagem,
cada gota que cai
esconde outra que sobe
para ficar no seu lugar.

Alvaro Bastos




Por quantos céus terei que navegar,
quantas estrelas alcançar e beijar,
antes de beber na fonte a tua prata,
pérola perfeita dos mares suspensos?

Nave-mãe de sonos, sonhos e delírios,
és a certeza branca do universo oculto,
diamante que se guarda em veludo azul,
companheira certa de estranhos caminhos.

Pingente do infinito, balão sobre o abismo,
teu manto de estrelas revela o destino,
és a musa das sereias do canto de platina,
sedução que se derrama no cristal das ondas.

Jóia maior dos tesouros do azul profundo,
és a esperança das caravelas à deriva,
porto para os suspiros dos apaixonados,
um sol delicado de cetim manso e macio.

Alvaro Bastos 







Suas mãos são estrelas,
Pequenos sóis rosados,
Corações de cinco pontas,
Lua cheia de cinco raios.

Seus olhos são miragens,
Cometas no azul marinho,
fogueiras de ouro e prata,
Centelhas de outro mundo.

Seus cabelos são caminhos,
Trigais que o vento alisa,
Labirintos de anéis e seda,
Horizontes em desalinho.

Seus lábios são flamingos,
Delicadezas de coral macio,
Morada de orvalho doce,
Framboesas de domingo.

Alvaro Bastos 




Queria fazer com minhas mãos
uma casa em meio às árvores,
que desse boas vindas ao sol
e ao mesmo tempo abrigasse
amigos, flores e passarinhos.
Uma casa de paredes brancas,
telhas da cor de seus cabelos.
Uma casa para te encontrar,
onde escrever sobre nós dois.
Com janelas sempre abertas,
para deixar o vento trazer
o aroma de flores do campo.
Uma casa com espaço para
as esperanças e joaninhas.
Um lugar no meio do mundo
tendo o amor como endereço.


Alvaro Bastos 

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