15 de julho de 2011

Conheci Alvaro Bastos na internet em dezembro de 2005, embora, fóssemos moradores da mesma cidade, antes desta data, nunca haviamos nos falado na vida [eu sabia da existencia de um Alvaro Bastos jornalista, mas não sabia qual forma os Deuses tinham dado a sua existência]. 
Então, o mundo virtual juntou nossas vidas e possibilitou o encontro o nosso encontro [por isto eu acredito em amores, amizades, paixões virtuais - sim, elas arrepiam tanto, como o toque]. Através dos espaços virtuais que compartilhávamos passamos a nos conhecer ao vivo: carne, osso, toque, som voz, olhar, partilhas de sonho, piadas, alegria do riso, papos longo e outros curtos...




O meu primeiro encontro ao vivo com este poeta foi norteado pela generosidade dele que aceitou participar de uma campanha, que na época, eu fazia para creche que trabalho na Rede Municpal de Petrópolis. Na campanha eu recolhia caixas de bombom com os amigos da net para doação da creche...
Assim, na sua generosa aceitação de participar da campanha de doação de chocolates, nos encontramos e fomos juntos comprar as caixas em uma lojinha próxima a Tribuna e aproveitamos para papear...
O poeta trazia no rosto um sorriso tímido, que se alargava diante de minha tagalelice e espontaneadade, minha facilidade em falar coisas engraçadas, em rir e fazer os que entram em contato comigo rir também...
A fila do caixa estava grande, isto foi ótimo, pois nos deu ainda mais tempo para conversarmos sobre a vida, a Páscoa, chocolates que mais gostávamos, as crianças da creche, poesia, mundo virtual, mundo real...
A fila acabou e o levei até a porta da Tribuna, ali conversamos mais um pouco [dentre tantas coisas, ele comentou que ao vivo eu era mais nova que as fotos na net] entendi isto como um elogio e rimos do meu entendimento. Nos despedimos com um abraço apertado-demorado [de quem acaba de se conhecer e esta feliz com este conhecimento] e um beijo.


Ali entre o abraço e o beijo protemos que seríamos sempre amigos um do outro e de que nos encontraríamos mais vezes para bater papo. Não comprimos a promessa de sermos sempre amigos viviámos bringando, excluindo-nos, deletando-nos, adicionando um ao outros novamente [um clique interminável - na verdade não sei se não cumprimos a promessa, afinal amigos de verdade também brigam, não é? Não concordam e não pensa igual o tempo todo. Diz o que é preciso dizer, porque ama e se preocupa com o outro, porque quer o bem do outro, junta força e coragem pra dizer coisa difíceis, que machucam, que unem, que separam, que correm lágrimas, que se apertam em abraços... A vida não tem ensaios; é risco o tempo todo. E nossa amizade não era ensaiada, era ao vivo e a cores, cheia de sonhos e papos aprentemente sem pé nem cabeça - que não cabe dizer - porque só nós éramos capazes de entender] ... Mas conseguimos manter a promessa de nos encontrarmos para bater papo. Foi assim entre briga, bate-papos reais e virtuais, no vai e vem da vida, em um exclui e adiciona, que eu me apaixonei pelo poeta-amigo.

E de tudo eu sinto falta do riso e dos sonhos partilhados, das bobagens ditas, de rir das pessoas na ruas, de fazer apostas pra ver quem ficava mais tempo sem falar com quem - de perder sempre estas apostas; hoje me orgulho desta perda. Mas eu sabia da sua dor, nos falamos ao vivo, na net e ao fone sobre ela e se a PAZ te chegou vestida de MORTE eu aceito [não tenho opção], embora isto não me agrade e nem me faça feliz. Talvez hoje, eu tenha que fortalecer muito mais tudo que conversamos sobre bruxaria [assunto do qual você muitas vezes me perguntava na curiosidade, declarada falta de fé em tanta coisa e desejo de crer em algo] Não cheguei te levar a nenhum rito, sua curiosidade só se saciou em fotos e narrativas...
Você sempre me disse que tinha fé nas pessoas, mesmo uma fé abalada, eu também quero ter, mesmo que seja assim como era sua, uma fé abalada.

Te amo tanto meu querido!!!

E de uma forma que as palavras nunca souberam explicar, mas talvez eu tenha conseguido me comunicar um pouco nas tantas outras formas de comunicação que compartilhamos em nossa existência.

Tua poesia pública e secreta é o que alimenta minha saudade. Ela [tua poesia] se ergue em louvor todo dia sob meus olhos e meus pensamentos, lebranças de algumas que falam de nós e de tantas outras que falam de outras pessoas a quem você também amava. Acho que sua poesia é a resposta para uma questão que você partilhava: como é possível a gente amar intensamente mais de uma pessoa, sem diferença na quatidade e qualidade de amor... eu não sei explicar, mas talvez tua poesia fosse a pista, o sinal, pra se entender mais este milagre que às vezes queria lhe roubar o sono. É isto, Alvaro, amor não se move pela racionalidade cartesiana, ele apenas se move para todos os lados, sua poesia é a prova mais viva disto. E, é por isto [pela dedicação de leitura dos meus olhos e de tantos outros que te amam pelo mundo e se dedicam a ler, amar e se reconhecer em seus  poemas como parte deles, como fonte de inspiração pra eles]  que a tua passagem na terra que não foi em vão, deixou impressões que o tempo não apagará jamais.
Você nasceu pra ser eternoe se eternizou pela tão singular poesia...

By Helô Strega
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