Escritas da Alma

O Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino (ENDIPE) é um evento científico, no campo educacional, que congrega pesquisadores e profissionais da educação que trabalham com questões relacionadas a temática da formação docente, do ensino das diferentes disciplinas e do currículo. Esses profissionais são, em sua maioria, docentes e discentes que atuam nos programas de Pós-graduação em Educação, nas Faculdades de Educação e nas redes de Educação Básica.

Pode-se dizer que o ENDIPE é, hoje, o maior evento acadêmico na área da Educação, uma vez que, em seus últimos encontros, tem contado com mais de quatro mil participantes. O ENDIPE ocorre de dois em dois anos, em diferentes Estados e são organizados por Instituições de Ensino Superior que, na assembléia final de cada encontro, se apresentam como proponentes para sediar o próximo evento.

A finalidade do ENDIPE é socializar os resultados de estudos, pesquisas e práticas. Constitui-se, portanto, em um espaço privilegiado de trocas de experiências, de articulação de grupos, de questionamentos, de novas idéias e de novas reflexões.

O XV ENDIPE terá como temática geral "Convergências e tensões no campo da formação e do trabalho docente: políticas e práticas educacionais".

OBJETIVOS

Geral
Socializar resultados de estudos e pesquisas no campo da didática e das práticas de ensino em diálogo com diferentes áreas da educação.

Específicos
. Discutir a produção acadêmica no campo das práticas educativas, do trabalho docente e da formação do professor;
. Possibilitar a articulação de grupos de pesquisas que trabalham com temáticas similares;
. Ampliar a compreensão sobre a produção teórica e sobre sua aplicação em diferentes espaços educativos.

Painel que apresentei:

CRIANÇA MIDIÁTICA, SEXUALIDADE INFAnTIL E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DEMOCRÁTICAS: DESAFIOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Jacqueline Alves Duarte Silva

Lúcia Regina Goulart Vilarinho

Helenice Maia

Heloisa Josiele Santos Carreiro

Virginia Georg Schindhelm

Este painel tem por objetivo discutir uma tensão educacional da contemporaneidade que envolve, de um lado, a criança que convive cotidianamente com as mídias eletrônicas e deseja exprimir, com naturalidade, sua sexualidade e, de outro, educadores cuja atividade pedagógica se projeta para práticas disciplinadoras e controladoras dos corpos infantis. Na primeira comunicação são discutidas características da sociedade da informação e suas implicações na vida social das crianças: estas, ao nascerem cercadas por mídias digitais, se tornam mais informadas e receptivas às inovações tecnológicas. A geração midiática representa, hoje, um quarto da população do mundo e em breve vai dominar a força de trabalho, o consumo e a política. Que implicações surgem de uma Educação Infantil que ignora esta criança? O segundo texto discute a sexualidade, entendendo-a como uma construção social relacionada ao poder e à regulação. Constitui questão polêmica no espaço escolar devido à multiplicidade de visões, crenças, tabus, interditos e valores dos alunos, educadores, equipe pedagógica e demais funcionários. É possível o diálogo entre educadoras que desconhecem a vida sexual de seus alunos e se angustiam ao falar sobre sexualidade e crianças que buscam expressar com naturalidade sua sexualidade? A conclusão do Painel se inscreve no terceiro texto que focaliza, junto a professoras de creche e pré-escola, as representações sociais de práticas democráticas. As práticas desenvolvidas em sala de aula podem ser agrupadas em duas categorias, segundo seus propósitos de formação: corpos dóceis e corpos ativos. Os sentidos atribuídos pelas professoras às práticas democráticas se ancoram na docilização dos corpos infantis e são objetivados na disciplina e preparação dos alunos para a vida futura. Como aproximar educadoras que buscam os corpos dóceis das demandas contemporâneas que envolvem participação e decisões democráticas? O leitor está convidado a aprofundar essas indagações nos textos que compõem este Painel.