O telefone toca,
eu o atendo
do outro lado parece não ter ninguém.
A não ser alguém que me escuta
e nada responde...
nem um: alou...
Empolgada eu digo: Alou?!
Quando vejo que é você, Senhor Ninguém,
fico tentando escutar tua respiração,
quem sabe eu não te identifico...
Quem sabe não te revelo como alguém.
Esta brincadeira de telefone mudo me angustia...
Diz alguma coisa:
grite, xingue, chore,
fale-me mil desaforos...
mas não me ligue pra ficar mudo,
pois quando a gente atende o telefone,
sempre espera escutar algo.
Você está matando minha esperança
que nem te espera, por não saber quem você és...
Um dia atenderei o telefone e também ficarei muda.
By Helô Strega