Decreto do Momento para Minha Vida:
Vou ser feliz para sempre.
Vou vencer todos os desafios e medos.
Vou conhecer o máximo de gente
que eu puder nesta vida.
Vou ler muita poesia, contos,
crônicas, coisas sobre filosofia
e um bando de outras coisas que me aparecer.
Vou conversar mais com crianças,
aprender coisas com elas,
porque sempre é tempo de aprender
e eu não tenho vergonha de não saber,
Isto mesmo, posso saber menos que uma criança e daí?
Fico perto delas também
para não me esquecer da minha infância.
Vou desaprender a ser na “escola” subalterna,
e não ligar quando me entenderem por burra,
pensem o que quiser, eu sei que não sou.
Vou avisando me colonizar pode parecer,
mas não é tão fácil.
Aliás, sou tão esperta
que cheguei a um dos níveis mais altos,
que a gente pode chegar
nesta “merda” de estrutura escolar.
Tenho muitas fragilidades cognitivas,
sobre isto, não procuro culpados só quero resolvê-las.
Vou lutar sempre pelo direito de aprender em qualquer idade.
Pois é! Sobrevivi a muitas escolas,
a todas elas que consegui,
foi porque tentei mesmo aprender;
você pode não acreditar,
mas eu não ligo muito sobre sua crença,
mas eu sei que não “colei”,
porque sempre tentei aprender.
Muito embora, talvez “colar”
fosse uma forma de aprender,
mas dela eu não quis fazer uso,
deve ter sido também um pouco de medo, não nego.
Mas se tivesse feito talvez hoje
eu soubesse mais sobre outras coisas.
Há sempre coisas que a gente não sabe.
Vou me utilizar do silêncio algumas vezes como ferramenta de luta.
Vou deixar meus pés
me levarem para muitos lugares.
Vou mais vezes ao cinema acompanhada ou sozinha.
Vou chorar quando preciso, gritar se necessário,
me descabelar por pouco tempo,
no minuto seguinte faço tranças,
porque eu as adoro, minha avó me contou
o sentido de se trançar o cabelo para as indígenas,
cultura da qual ela vinha,
não esqueci as palavras delas nunca mais,
minha trança se faz no sentido que ela me ensinou.
Assim, vou tentando seguir a vida.
Vou me amar mais que tudo.
Vou dar um jeito de conhecer o mundo.
Vou pensar sobre olhar e refletir
sobre como os meus olhos vêem o mundo,
tentar aprender com meus próprios olhos
e com os olhos dos outros
buscar elaborar, outras formas de ver o mundo.
Vou me conhecer mais para escrever mais sobre mim mesma.
By Helô Strega