14 de novembro de 2010

Criança-adulta na chuva

Estava chovendo muito,
eu estava sem guarda-chuva,
precisava atravessar a rua.
Estava com medo da água gelada,
de escorregar, cair, da roupa ficar transparente;
deu até medo de que ela chegasse
a não secar com calor do corpo.




Lembrei-me então do tempo de criança,
onde eu brincava, na chuva,
às escondidas de minha mamãe.


Ah! Eu adorava brincar de pular poças d’água


imaginando que eram grandes lagos
e/ou de pisar de propósito
bem no meio delas
pra fazer a água voar.


Tentava fazer pegadas em poças d’água,
sempre fui meio louca.
Eu nem ligava de ficar molhado,
porque a gente quando é criança
tem fascínio por muita coisa da natureza,


entre elas posso afirmar que criança se encanta com água.




Quando pensei na época que era criança:


eu toda contente e valente,
senti saudade de uma parte de mim,
e no corpo de adulta
andei pela chuva
brincando como criança,
agora não mais escondida da mamãe,
mas bem a vista dos olhos
de um bando de outros adultos


que sussurravam entre si que “mulher doida”.
Eu nem liguei!
E fui na chuva pensando:
Anda gente boba!


Tenham todos coragem!
Voltem a ser criança.




By Helô Strega

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